sexta-feira, 27 de março de 2009

Abandono





Durante muito tempo acreditei no destino e seus designos.
Acreditava em muito nas técnicas oraculistas e seus acertos e erros.
Me aprofundei e tentei entender seus caminhos tortuosos.
Fui boa sim, mas não perfeita.
Isto me intrigava e muito: o que fazia estas técnicas não serem perfeitas? Se o destino estava traçado e visto, o que o fazia mudar?

Quem era errada: eu ao ler o destino ou as pessoas e sua forma de pensar?

Por mais que eu me aprimorasse, os destinos muitas vezes não batiam. Comecei a desconfiar das atitudes pessoais. Pensei que ao olhar uma situação já devidamente relatada, a pessoa ao pressentir o que foi descrito adquiria uma postura diferente frente a situação, o que mudaria o final.

Mas algo também não se encaixava: Tanto olhar o meu próprio destino quanto o de algumas pessoas em especial faziam-se estas técnicas completamente inúteis. O que dizer então deste fato?

Novamente parava o no ponto em que me encontrei no começo desta jornada: o nada.

Abandonei o que conhecia, mesmo podendo ter acertado em muitos casos, minha forma de pensar antiga não se encaixava com os fatos. Teoria com muita exceção não é teoria.

Aceitar que nao havia destino era uma coisa que nao se encaixa a minha natureza.

Mesmo relutando, abandonei minhas ideologias. Não queira seguir nada que nao tivesse absoluta certeza que este caminho era somente meu. Poderia uma hora voltar a acreditar em tudo, mas precisava começar do zero

Precisei de uma dose coragem em tentar isto. Mas algo me mudou tão profundamente estes tempos, que arriscar já fazia parte.

Deveria haver alguma conexão entre pensamento e destino: como alguem com uma vida tão monotona poderia mudar tudo de uma hora pra outra? Outras que arriscavam tudo pareciam sempre amparadas por algo chamado sorte,porque? Isto era destino ou subconsciente? Poderia só mudar o meu destino ou de outros?

Andando sozinha em busca de respostas não tao obvias, me deparei com algo que notará a algum tempo: havia certas formas de pensamento, que repetidas muitas vezes por algum bom tempo, materializava a situaçao ou a situaçao extrema oposta.

Havia basicamente algo ou alguma "energia"* que acumulada por algum tempo, que dependia da força,maneira, frequencia e tempo. Era uma equaçao imprecisa,mas que tinha estas variaveis.

Havia outra coisa mal explicada: os ritos. Por que, diz a lenda popular, voce teria que fazer certos rituais para dar certo, e caso não fizesse nao iria funcionar? O que fazia isto ser tao forte na mentalidade ativa do homem? Se isto perdurava por tanto tempo, algo deveria ter de verdade. Onde se encaiva na minha definiçao?

Seria puramente a forma pensamento? Pra mim nao era tao obvio explicar assim.
Poderia de alguma forma, as coisas terem esta energia propria nao moldada, ou que fazia uma das variaveis ser mais fortemente exacerbadas.
Poderia ser...

Ao menos isto explicaria em boa parte dos fatos vistos. É uma maneira de diferente de pensar, já que neste ponto seriamos donos completos do destino.


Há ainda muita coisa a se pensar... é o novo começo de uma longa jornada




* Energia : Trabalho feito para sair de um ponto a outro. Algo que se acumuluma para produzir movimento.