sábado, 21 de agosto de 2010

Leveza do ar




Cai em mim
a leveza de muitas manhas.
Hoje respiro fundo e forte
com meus brandos pulmões;
a via esta livre.

A garganta não esta mais cortada
rasgada de fel e desespero.
O nó não esta mais ali
atrapalhando meus sentidos e vicios.

Tomava como meu, em atitude de absurdo,
problemas que saiam da autarquia da minha vida.
Puxava em vão pedras que jamais pensavam em ser rodas.

Hoje, despenco meus ombros num tom de alivio
de quem caminhou demais.
Reagi contra este peso
que se abarcava sobre minhas costas e em meus pensamentos.

Respiro fundo e com gosto
de quem ama a vida.
Meus problemas, hoje parcos, são leves de carregar
para quem um dia teve que puxar muitos mais.

Me fiz mais mulher, mais viva.
Cansada estou,mas renovada de mim.
Salto meus olhos para o mundo: quantas coisas ainda posso conquistar?
Tivera por tanto tempo acorrentado meus sonhos a pedras
que hoje eu voou
com a leveza do ar.

Um comentário:

Vagner .Seller disse...

Leve, como leve pluma muito leve, leve pousa
muito leve leve pousa

Na simples e suave coisa, suave coisa nenhuma
Suave coisa nenhuma
Sombra, silêncio ou espuma nuvem azul que arrefece
Simples e suave coisa
suave coisa nenhuma, que me amadurece

Leve, como leve pluma muito leve, leve pousa
muito leve leve pousa

Amor (Secos & Molhados) 1972/1973