sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Escondida

Sempre andei me escondendo do amor. 
Fugindo de encontros à dois, de canções dos melosas.
Me escondo atrás deste rosto cansado, de LPs antigos e de meias pretas inseparáveis.
Para mim, estava bom ser acompanhado apenas por meus vinhos, meus gatos, meus livros e minhas chateações.
O amor me persegue como quem precisa me vencer de alguma forma.
Aparece numa praia que fui porque estava sem sol ou numa fila do banco sem graça em dia de pagamento.
O amor se engrandece em minha frente com aqueles casais que se beijam e parecem gritar na minha cara como é bom amar.
Ou aqueles pseudo-felizes pares, despojando falsos sentimentos em redes sociais. As pessoas me chamam de taciturno.
É, talvez eu seja.
Mas prefiro minha casa sem cheiros masculinas e de loções pós barba que não me deixam dormir em noites de segunda.
Prefiro ter minhas próprias trilhas musicais, sem nenhuma canção específica que me faça sorrir como um pré-adolescente ao lembrar de uma dança qualquer sob a chuva.
Prefiro minhas meias e calcinhas espalhadas pelo chão sem ter que esbarrar com cuecas esquecidas de outrora.
É, ás vezes, ate mentir pra mim mesma não convence...

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