segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Gaijin





Tenho saudades de quando...
os teus olhos engarrafados me agarravam sem cerimónias,
me pegavam ao colo e deixavam escorrer malícias
sobre o meu peito escancarado, à porta do desejo.

Tenho saudades de quando...
as tuas mãos me percorriam
como se o meu corpo fosse uma ante-estreia,
sulcado por ti na véspera do aplauso.

Tenho saudades tuas.








Nota: Gaijin vem do japonês, e quer dizer estrangeira, de outra nacionalidade. No I ching, o livro das mutações, já uma referência no hexagrama 56, "O estrangeiro" (ou o viajante), formado pelos triagramas de fogo(superior) e montanha (inferior), lembrando que qualquer situação é provisória, e que tudo tem que ser feito com o máximo de cuidado, pois estamos em território que não nos pertence.
Ainda sim, o hexagrama 56 traz bom agouro, onde o estrangeiro em terras estranhas se comporta de maneira a não criar inimizades, algo que os confuncionistas aplicam como forma de regra, e tambem amplia seu circulo social e seus negocios, apesar de que se deve se resguardar, como o hexagrama 44 sugere em não confiar ao primeiro encontro.
Seus hexagramas nucleares formam o hexagrama 28, "A preponderância do grande" (ou império dos fatos), que induz a correta idéia de que um viajante esta sujeito aos fatores externos mais do que seria em seu próprio lugar, levando a idéia que devemos nos apoiar apenas em nosso interior. O triagrama logo a seguir é o "A suavidade" (ou o vento), trazendo o desenrolar de que quando somos estrageiros mas agimos de forma pacifica e serena, o vento abranda as nuvens de dúvidas, e sugere uma volta as origens.

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