sábado, 6 de agosto de 2011

Paralelos opostos

 

Tantos papeis,
tantas coisas que estudei, que me esforcei,
e que jamais ninguém deu importância.

Hoje, era papeis jogados em cantos qualquer.
Talvez a vida me fez assim: desacreditada.
Muito fácil as pessoas falarem como macacos, repetidamente:
Acredite nos seus sonhos.
Como acreditar se elas mesmas não são exemplo de tal?

Ainda não entendo o processamento errôneo
que meu cérebro faz diante de certas coisas.
Ainda não sei como consigo errar repetidas vezes no mesmo lugar.
Não conseguir aprender certas coisas mesmo repetindo varias vezes.

Não sei, sou estranha
Tenho uma facilidade enorme pra esquecer passados,
porque odeio viver deles e não viver o presente.
Meu mundo paralelo, onde mora as emoções
e aquilo que sou de verdade
ocupa meus olhos e minha imaginação,
e por vezes esqueço que estou viva.

Meu mundo, intocável
é o único suporte que tenho,
onde realmente brinco de ser feliz.
Fujo,toda a hora, para este mundo,
já não me importo muito com que as pessoas pensam,
ou no pequeno que elas são.

No meu mundo, sim,
eu posso ser o braço forte, aquilo pra que fui talhada e concebida.
Neste lugar, há mais compaixão e sutileza,
e há uma razão pela qual eu vivo: resgatar o próximo.

Até em meus sonhos fui abnegada,
só gostariam que seguissem estes exemplos.
Quero ser útil pra este mundo e este sempre foi minha razão.
Ser feliz, competente pra mim estender a mão
e carregar o próximo enquanto ele não tem forças sozinho.
Ser feliz, é curar feridas internas e externas,
nem que pra isto, precise cortar mais a carne
expor a verdade, doa a quer doer.
Só se cura e se vive quem sofre, pra dar um novo valor a vida.
Se nascer foi um parto,
a dor é imprescindível a quem quer nascer novamente.

Abandonar velhas cascas, velhos habitos
velhos caminhos que sempre dão no nada.
Sabe o que esta errado, e mexer fundo na ferida.
Doi ser honesto consigo,
e ver que errei tanto querendo errar.

Quero me lançar na imensidão do azul.
Quero arriscar em sentir meu paraquedas inflar,
me sentir sem chão e sem medo.
Quero ver tudo do alto e tudo que me fascinam :
Os pequenos gestos e grandes almas.

Não tenho medo das mudanças, ou tenho.
Gosto da estabilidade,mas não da monotonia,
mas atualmente estas duas são paralelos opostos.

Gosto de ter a estabilidade dos sentimentos das pessoas por mim,
mas quero ter a liberdade de fazer tudo de novo, todos os dias.
Quero mudar os moveis de lugar, destruir outros.
Jogar toda a vida pro alto e recomeçar.
Mas como isto dá medo!
É aquele frio na barriga de abrir a porta do avião pra saltar.
Mas quando faço isto, sinto que estou viva.

Mas tenho que mudar, se quero melhorar.
Não posso sempre cometer os mesmos erros todos os dias,
mas novos erros a cada amanhecer.
Só tenho uma vida, tenho que fazer por merece-la.

E ainda quero ser melhor do que eu sou,
para deixar ao mundo mais que belas palavras,
mas um símbolo
de que a revolução é impossível, até que se torna inevitável.

 

 

“Quem é sábio procura aprender,
mas os tolos estão satisfeitos com sua própria ignorância.

Um sábio caminha e muda
e mudando se contradiz.
A coerência e a certeza é característica dos tolos”.

Salomão / Oscar Wilde

 

Musica: One do Shapeshifter

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