segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Confess




A meia luz, meio palmo de mim
branco a minha cor,
o tom de pele era tingido
pela cor do abajur, a meia luz.

A verdade esta lá fora
mas eu não quero conversar com ela agora,
quero por enquanto cair em meus delirios,
soltos e divagos.

Confesso, preferiria mais do que minhas maos me acariciando,
preferia a epoca em que a noite era furtiva e vaga
em braços de outro alguem.
Saia em plena penumbra em procura
de seus segredos,
que eram meus por algumas horas.

Sim, olho a cidade,
com o mesmo desdem.
As pessoas são tão fracas, tão vagas
que esquecem outras apenas com o
fechar de vossas luzes.

Debruço na varanda,
observo as luzes acesas como pequenas estrelas,
espero um abraço... quanto ele virá?

Aquele abraço acolhedor, que me segure
me leve para algum lugar
onde as palavras não sejam necessarias.

Ainda espero,
sento em meu sofá, com um copo de delirio ao meu lado
olho ao meu redor,
pressinto que alguem esta a me observar.
Mas não importa, ainda quero que me olhe, que me entenda,
me deseje, me perceba.
Não sei seu rosto nem suas intenções
e me fita como se estivesse a muito a me esperar.

Não importa...
A porta esta aberta, pode entrar,
a luz ainda continua morna, acesa, meia luz
sinalizando que ainda estou a esperar o seu verdadeiro chegar.


Inspirado em : Confess - V

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