quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Louca!




Não tenho medo do que me rotulam
muito menos daquilo que pensam de mim.
Não quero ser aquilo que esperam de mim,
quero ser ardente, febril de vida
dilacerando a alma em pedaços,
daqueles que esperam por mim.

Não sou do tipo de mulher fraca,
das que fogem das brigas e que se sujeitam a quase nada.
Sou do tipo que põem a lenha na fogueira,
mesmo sendo eu que nela esteja.

Sou de brigar, amar, apaixonar,
do tipo que procura a mão sob o cobertor
para me curar da falta.
Do tipo que ama tão incondicionalmente egoista,
que sabe que as vezes a distancia é necessaria,
mas que não existe o que convença um doido coração.

Sou do tipo que constroi sonhos todos os dias
pra destrui-los no fim da noite,
só para ter o que construir no outro dia.

Sou daquele tipo que guarda coisas antigas:
bijouterias, amigos, flores.
Mas não tenho medo de joga-las pela janela
quando a mim não me serve mais.

Não, não pensei que é uma atitude ruim.
Isto me faz mais leve, dando a liberdade aos dois:
a mim e aquilo que criei.
Não quero prender a mim algo que não me serve mais,
não quero olhar e ver que sou apenas o acumulo de tudo aquilo que não serve mais.
Quero ser alguem limpa, renovada de mim,
quero me lançar a novos mares, a novas ondas.

Quero que me olhem na cara e me digam: você é louca!
Quero sim, quero ser louca de amar, ser louca de viver, ser louca de sonhar.
Sonhar tão alto que minhas pernas não alcançam, mas sonhar.
Quero ir em direção a luz, alcançar o melhor de mim.
E em todos os dias buscar realmente o que eu quis,
ser realmente aquilo que sou,
simplesmente
por ser assim: Louca!

Inspirado em:
Como la luz - Chambao

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