segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Call me, calm me

 

 

1 da manha
O copo passeia pelos meus dedos,
fixamente olho o chão.
meu interior balança como
o liquido que eu sorvo dentro do copo.

Meu emocional
já não é o mesmo,
o tato, o cheiro
já não me prendem tanto.
Porque será que pequenas palavras
me prenderam tao mais q tudo q me tocou?

O telefone tocou,
nao era nada, nao era ninguem.
Bem que poderia ser alguem
que acalmasse este interior.

Mas não sinto uma brutal falta
o que é um tanto exotico
para uma possessiva como eu.
É um sentimento diferente
com gosto citrico e profundamente viciante.

Minha postura de
ensinar para moldar, e depois amar,
foram das mais acertadas que pude certamente ter.
Afinal, nao posso aceitar
aquele q o mal não percebe que faz.

Um sorriso brota timido.
”Meu problema é diferente”
Tolice.
Quando perceberam que as relações humanas
são todas iguais?
Inclusive a minha, de expressar o q eu sinto.
Tudo identico.

Poder, comodismo, tortura, rotina
tudo tão futil, tudo tao trivial.
Vidas sem sentido,
todos caminhando pro penhasco,
repetindo inumeras vezes os gestos dos seus ancestrais.

O copo ainda esta ali
e eu tb.
Debruço minha cabeça sobre a espalda:
O que faz as pessoas quererem ocupar o vazio da relação com tudo,
menos sentimento verdadeiro?

Vivemos em tempos em que
Carro, filho, casa é sinonimo de segurança na relação.
Como se algo palpavel, substituisse o intocavel.
Como se ocupar com afazeres triviais torna a pessoa mais humana,
mas menos pensante.

Minha cabeça gira:
Chegar em casa do supermercado, roupa e louça pra lavar,
criança chorando, marido sentado dando atenção ao futebol,
dia após dia, sem carinho nem alegria.
NÃO: Minha mente grita, implorando sair do pesadelo.
Como as pessoas querem se soterrar com tudo aquilo
que fazem elas nao serem mais do que
repetidoras de gestos!

EsTou disposta a tudo,
menos ser infeliz.
Prefiro o acalento da solidão,
ao trabalho da escravidão.

Juro que tentei ser normal,
mas não consigo.

Quero todo dia,
sair e ver o por de sol, no lugar de estar amontoada num carro.
Quero
sentar no sofá e discutir todos os assuntos, conhece-lo melhor um pouco a cada dia, ao deixar o futebol ocupar seus minutos de vida preciosos.
Quero sim
a criança dormindo no meu colo, e eu dormindo no colo de outro alguem, no lugar de choros de saudades.

Quero fazer tudo diferente
mudar sempre os moveis de lugar,
mudar de casa, estado, pais.
Mudar de objetivos, abandonar aquilo que me amarra no chão.
Quero aprender a ser alguem e desaprender pra reaprender a sorrir.
Quero tudo e nada,
quero tudo o q eu posso ser,
aqui e agora.
Quero sonhar…. e me permitir vive-los cada um, sem medo.

Pois nunca teremos denovo
as chances de ter de novo a nossa vida.

 

Musica: Call me – Kimbra

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