quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Verdades por espelhos d’agua

 

 

A verdade esta lá fora, eu sei.
Talvez estendida de mim, e das coisas que procuro.
Amasso a flor escondida entre meus dedos
debaixo de uma capa voluptuosa.

Aquela menina sorridente,
agora se esconde carente,
onde tudo acumula mais vazio.

Olhe a volta, o que temos?
Prefiro a solidão,
ao me encher das verdades alheias sem nexo.

Não procuro desesperadamente que me aceitem,
nem angustio o olhar do outro sobre mim,
numa tentativa inútil de me sentir um ser humano.

Olho pra dentro, na calma constante que me permeia
por saber de mim
sem ter preconceitos daquilo que sou,
aceitando variáveis e variantes.

Ver tantas almas e tão poucas verdades.
Caminho na rua, nada me prende
a esta pessoa que sempre quer algo mais.

Pessoas e vento,
se assemelham ao meu olhar perdido.
Vago como um cometa errante,
um ou outro me atrai, mas não me desvia,
não me coloca dentro de sua orbita.
São pessoas, estes planetas não densos,
sem massa, sem vida o suficiente,
pra desviar e atrair aquilo que sou.

Continuo a vagar, sem saber minha direção correta,
desviando de buracos negros de pessimismo,
ou explosões exageradas de amor e ódio.

Exótica ou pensativa,
seja qual for a verdade por detrás da própria verdade,
sobra a realidade que nada me prende porque nada existe,
de fato.


São as verdades
quando caminhamos por espelhos d’agua.
Sem narcisismo, sem pessimismo.
Apenas no mesmo estado que a agua:
a de refletir minha alma.

 

Musica: Star Suite (ft Monday Michiru) do Mondo Grosso

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