sábado, 11 de junho de 2011

Veios e frestas

 

Esquadrinho a noite
os veios de cantos, portas e janelas.
Há quanto tempo estou aqui?
Vendo as mesmas coisa, mesmos modos
mesmos lugares.

Olhei por horas,
rostos que um dia amei.
Me reanaliso: porque deixei de amar?
Por que o amor não prende, ele em si
liberta.

E por se libertar, modifica de seus moldes,
transforma a vida e começa a fazer parte integrante do ser.
Hoje, não os amo mais, isto é verdade,
mas me modificaram tanto que hoje
sou parte do amor que me deram.

Preciso, e devo, fugir daquilo que me faz mal.
Do lugares que guardam lembranças de pesar.
Não quero ver mais os mesmos rostos,
e lembrar.
Quero sair de tudo aquilo que pode me lembrar de velhas dores,
pra construir vida nova, com novas cores,
pra tentar ser feliz de novo

Já ando dentro de mim com sentimentos de despedida.
Sinto as voltas da vida, e chega mais uma momento
em que o vento bate no meu rosto
e me conta de coisas que nunca vi,
de lugares lindos que tenho que conhecer.

Me sinto viva,
a cavalgar por outras terras,
conhecer outros mares.

Meu coração cigano
não quer solidão,
mas necessita ardentemente de sentir o vento
permeando minh’alma.

Não gosto do acido da rotina,
da podridão alheia em vossas falas,
das máscaras vestidas todos os dias.

Estou de rosto limpo e alma lavada,
por isto que aceito novos mundos
simplesmente porque não tenho medo de ser eu mesma.

Quem quiser, pegue na minha mão,
deixe-mos a vida ser ela mesma.
Cavalgar a beira-mar,
ser feliz por viver, por estar.

Vamos,
por que o medo?
Voar é incrivelmente libertador!


Poema regado ao som de :La Ritounelle de Sebastien Tellier

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